Estamos à beira de uma fuga de um banco nos EUA?
O Silicon Valley Bank (SIVB) foi fechado hoje pela autoridade reguladora da Califórnia. O banco, considerado o 16º maior dos EUA, fazia parte do SVB Financial Group, e tinha US$211 bilhões em ativos, receitas anuais de US$1,7 bilhões, e patrimônio líquido de US$16,2 bilhões. Tinha cerca de 8.500 funcionários em sua folha de pagamento. Sua missão era financiar novos empreendimentos, principalmente tecnológicos, e estava sediada em Santa Clara, Califórnia. Seu principal diretor executivo era Greg Becker (CEO).
Embora os analistas da Morgan Stanley assumam que o que aconteceu com o SVB é “um caso isolado”, a comunidade de Wall Street teme que este seja o início de outras quedas no setor bancário dos EUA, cujas margens se contraíram como resultado do aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve, o que aumenta o custo dos recursos líquidos. Isto, com a baixa capitalização e a agressiva gestão de risco associada às políticas de empréstimos, tornou-se uma “Espada de Dâmocles” para o setor.
De volta ao grande demais para falhar?
Enquanto o fechamento do SVB ocorre em tempo recorde, os olhos da comunidade financeira voltam-se para o Federal Reserve e sua política monetária regressiva, cujos riscos associados ao setor bancário e financeiro foram claramente advertidos ao Presidente Powell na época.
Isto põe em dúvida a possibilidade de novas subidas das taxas de juros (Fed Funds Rate), o que certamente agravaria a situação. Uma possível redução nas taxas, por outro lado, põe em cheque a luta monetária para baixar a inflação na maior economia do mundo. Por outro lado, manter as taxas nos níveis atuais daria alívio à indústria financeira, numa espécie de “grande demais para falhar”, provocada de forma circunstancial e indireta.
A reação à política monetária dos Estados Unidos deve ser imediata.
Assim, o que é crítico neste momento é que o Fed aja “pronta e oportunamente”, pois uma queda de mais participantes agravaria a confiança enfraquecida no setor bancário, em um momento que certamente é crítico, não só para os EUA, mas também para o setor financeiro mundial.
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